Notas de Esclarecimento à mal-informação de alguns sites da web, publicados por gente que insiste falar do que não sabe.
Esclarecimento ao que diz o “MARRABENTA”
O José Simões, deslumbrado provavelmente com os sucessos e a fama alcançados, gastava milhões nas prolongadas viagens ao estrangeiro, sempre acompanhado, desprezando um pouco o controle da empresa, cuja administração não teve colaboradores à altura. As viaturas e os equipamentos atingiram o desgaste quase total e não foram adquiridas outras novas. Os próprios caçadores-guias seus empregados, atingidos pela crise, começaram a debandar para outros promotores de safaris ou tornaram-se empresários individuais. Haveria com certeza problemas de natureza económica, mas duvido que se estendesse ao material de campanha, pois esse tinha sido renovado com o aval da Província de 3800 contos cedidos pelo Banco de Fomento, à Simões Safaris em 1963.O banco credor – Banco Nacional Ultramarino – aproveitando-se da situação, absorveu a sua organização e criou uma mega empresa – a Safrique (Sociedade de Safaris de Moçambique) -, onde congregou, para além das três coutadas do Simões (nºs 6, 7 e 10), mais as concessionadas a Alberto Araujo (nº 1), Agência de Turismo da Beira (nº 9), Vergílio Garcia (nº 12), Francisco Salzone (nº14) e Armindo Vieira (nº 15). Obteve ainda a concessão da coutada nº 13. Um total de 9 coutadas (mais de metade das existentes no território), todas no distrito de Manica e Sofala. Foi o Sr. Dr. António Oliveira Salazar quem idealizou e sugeriu a José Simões a unificação e ao B.N.U. administrar essa futura companhia- A Safrique. Para José Simões não seria com certeza a única maneira de resolver os problemas económicos da sua companhia e isso foi dito por ele em voz alta, através de vários artigos de jornais.
O José Simões, tal como os outros concessionários das coutadas, com excepção apenas de Francisco Salzone, foram integrados na “Safrique” com cotas insignificantes e exerciam funções que classificaram de “inspectores”, viradas sobretudo para a promoção e gestão dos safaris.Contudo, o José Simões, desmotivado pelas funções que lhe foram atribuídas e também pela falta dos milhões com que estava habituado na sua empresa, viria a separar-se da “Safrique” pouco mais de um ano depois da sua criação. Tanto quanto sei, o José Simões foi como mínimo o Inspetor da Safrique até princípios dos anos 70. Na minha matemática isso corresponde a cinco anos + esses princípios, dos 8 que a Safrique viveu.Juntou-se a um grupo de colegas independentes, entre eles Victor Cabral, Francisco Salzone, Moreno y Moreno, Mário Damião, Amílcar Jorge, António Fajardo e outros, obtendo zonas de caça periféricas às coutadas, que se designavam de “zonas livres”, onde efectuavam safaris de nível equiparado já que os núcleos de fauna eram idênticos! Uma actividade nem sempre pacífica, dados os conflitos permanentes entre estes promotores e a própria “Safrique”, com acusações mútuas de invasão dos respectivos territórios! Melhor seria dito, que formou um grupo de gente independente, (que antes não estariam autorizados a desenvolver turismo cinegético em áreas livres) aonde não estavam incluídos o Moreno y Moreno, Mário Damião e o A. Feijardo. Por outro lado, estavam sim, o Chico Martinho, o Amílcar e Noel Jorge, Victor Cabral e se não me equivoco, o Mariano Ferreira.




Este simples artigo ilucida-nos que José Simões ainda era o inspector da "Safrique" em 1969, contrariando quem disse, que ele abandonou a companhia um pare de anos após a sua formação.

